sábado, setembro 30, 2006



Esta é a noite das cascatas consentidas... a noite em que cerro as pálpebras e te consumo o sorriso, guardado simplesmente nas memórias q não deixo que o tempo apague de mim!

Esta é a hora em que me aconchego no que de ti deixaste na minha alma, e me deixo adormecer no relembrar dos tempos em q a tua voz ainda soava nos sussurros brandos da vida e os teus braços ainda eram matéria e sentidos...

Não te pergunto a razão da partida, nem te censuro a desistência de ser... apenas me consome a angústia de não teres esperado que te desse um último beijo, ou te pegasse na mão nesse momento...

Dói-me a tua ausência... e não sei deixar-te partir de mim... Talvez por isso te deixe as minhas lágrimas nas pétalas das flores que te ofereço... São os únicos beijos que ainda te posso dar... os únicos que conseguem atravessar a terra que te serve de manto, e que chegam até ao que resta de ti!

Depois... olho-te naquele reflexo gelado do que eras e onde o teu sorriso permanece eternamente estático, olho o céu ... e sorrio-te! E sei que, onde quer q estejas, sentes o quanto eu sinto a tua falta!

Um beijo, pai!

Cris, in Conversas contigo... depois!

terça-feira, setembro 26, 2006

Deus fugiu!


pi Posted by Picasa

Há vozes perdidas na noite, que não se encontram.
Vozes que quebram barreiras e ecoam
No pensamento, como se fossem fileiras,
Em guarda ao momento em que os sonhos acordam
E os braços se transformam em reflexos dessas vozes,
Perdendo-se no roçar dos corpos...

Vagueiam os mortos por sobre a mente plana
Da dama de um qualquer quadro de um falso pintor.
Ama, a dama, vazia de amores, arco-íris em chama, mas sem calor...
Cruzam-se as almas no vazio do espaço,
Ocultam sorrisos e vomitam cansaços
Inebriantes de dor e de desânimo...
E consomem odores amargos e adormecidos
De demónios arquejantes e enfurecidos,
Restos de anjos perdidos pela ausência de sorrisos.

É um quadro parado, surrealismo abafado,
Onde as asas balouçam no pêndulo do Tempo
E os corpos desnudos se espalham e escorregam
Na incerteza dos degraus do espaço.
Em seu redor há frutos mortos
A que o pintor escondeu o podre, mas não deu vida.

Deus fugiu deste quadro,
Tão triste ficou com a vida perdida
Que o pintor nesta tela matou...

Deus fugiu!...




Cris, Fios Ténues de Solidão