dormes...
e eu velo esse teu dormir
com a intensidade de quem sente as ondas do mar
no respirar dos teus sonhos
e por sobre os teus lábios nasço em rio
e em vagas de beijos crio marés de ternuras
e enlaço-te-me no restolho dos desejos
que me viajam nas veias
e norteiam as pontas dos meus dedos
agora tímidos e mansos e cansados...
...porque adormecidos nesses teus sonhos.
dormes...
mutilas assim em mim a ânsia
de ser o luar dessa tua noite mágica
em que me deito e descanso...
pudesse esta noite ser eterna
e nela depositar a fugacidade de um beijo
que te dou a cada pedaço de olhar
que os meus olhos te resgatam
pudesse esta noite ser o perpetuar
dos sorrisos que adivinho na leveza dos gestos
com que embalas este meu velar
dos teus sonhos vadios
fosse esta noite a última noite das noites
e eu nem o mais pequeno gesto faria
que agitasse esse teu sorriso ameno
que pressinto no teu rosto...
enquanto dormes...
Cris, reflexos de nós