terça-feira, junho 23, 2015

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O que faria eu sem o sorriso que nasce nos teus olhos
E nos meus se faz mar revolto e chuva solta ao vento
Sempre que a mim entregas o que dos teus sonhos
É parte da vida que corre nas minhas veias e no meu pensamento
E em momento perfeito se transforma a cada instante

O que faria eu sem o toque mágico dos teus dedos
No amaciar dos vértices dos meus mais secretos medos
Quando nos reversos da vida deixo de saber sorrir

?

O que faria eu

Meu amor…



Cris (No Reverso do Avesso do Meu Olhar)
@Todos os direitos reservados

segunda-feira, junho 08, 2015

é meu o fado...





quero saber porque é este o meu fado
porque me doem as mãos na demora do tempo
e porque sai de mim o pensamento
para morar apenas ao meu lado

quero saber porque teimam os meus dedos
na mágoa que não quero minha e não percebo
na dor que eu renego e a que não cedo
quando é de medos que encontro o meu peito semeado

quero saber porque fogem as palavras de mim
 e em jeito de garras me agrilhoam a um tempo
que não quero mais sentir assim como um lamento

é a vida que eu quero no meu regaço e não o medo
é o ar que respiro que eu quero no meu peito
e não a amargura e a tristeza do incerto

e é por isso que eu quero parar de pensar
fugir de dentro deste peito aberto

e da lágrima que por fado se fez mar

Cris (No Reverso do Avesso do Meu Olhar)
@Todos os direitos reservados

segunda-feira, junho 01, 2015

Até ao céu...


Até ao céu...

É numa noite assim, bordada de ténues lembranças do teu sorriso e da tua voz, que me quero deixar adormecer no tempo e saborear o que no meu peito sobra de nós. 
Sempre que me abandono aos dias que foram nossos, às correrias nos campos, às gargalhadas, às histórias que líamos tantas e tantas vezes... às árvores que nos estavam proibidas mas que trilhávamos como se fossem avenidas... aos passeios que dávamos nas nuvens que nos serviam de modelos, consigo sentir ainda o gosto doce das nêsperas e das ameixas, temperadas deliciosamente pelas azedas avinagradas que apanhávamos no jardim! E as corridas que fazíamos com os teimosos dos bichinhos-de-conta, lembras-te?...
Não sei onde estás, nem como me sabes agora... mas sei que, onde quer que seja, estás a sorrir... a correr por um qualquer jardim, a desenhar as nuvens que eu ainda consigo sonhar. Às vezes, na hora dos sonhos, ainda vens ter comigo... e vemos a ria, juntos, lá do alto da nespereira... E jogamos às escondidas para eu te poder encontrar. E tu já sabes que te encontro sempre... descubro-te no marulhar das ondas da ria, nas pontas do vento ou nas pregas da maresia. Descubro-te nas pétalas das flores do jardim, no som dos pingos da chuva, no aroma das páginas dos livros de aventuras que ainda guardo. Descubro-te nos sons que me afagam a alma e se aninham no meu peito... lá onde a vida é só memória. 
Sei-te estrela... a brilhar tanto...
Descubro-te sempre... e dói, como dói ao beijo a falta de um rosto, como dói ao abraço a falta de um ombro, como dói ao sorriso a falta de um olhar...
Dói porque o tempo consome a vida mas não consegue apagar a saudade... e eu tenho tantas saudades tuas!
Um beijo... até ao céu!

Cristina Fidalgo (Conversas contigo... depois!)
Todos os direitos reservados